terça-feira, 4 de janeiro de 2011

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até eu acho estranho eu ainda escrever pra você, mas escrevo. não é por nada não, talvez seja só por hábito, ou por um amor eterno, sei lá. agora tá tudo confuso mesmo. tanto faz. o silêncio da noite é interrompido pelo barulho das teclas que suavemente bordam na tela deste computador. ligo o som... sinto sua falta. mas é uma falta diferente. não dói. não machuca. mas falta. hoje passei o dia tentando aprender algo de útil para um futuro talvez mais útil que o presente. e, de qualquer forma, às cegas, às tontas, tenho feito o que acredito. do jeito, talvez torto, que sei fazer. às vezes, a gente precisa priorizar alguma coisa. você me ensinou isso. fecho os olhos e o pensamento se vai. sentimentos expressos apenas pelos pensamentos. ah, se meus pensamentos pudessem ser transcritos... não! talvez melhor seja que eles se percam na imensidão da vida. ninguém consegue vê-los e a beleza permanece intacta. queria te dizer tanta coisa! mas acho que você já sabe. sabe do meu esforço para recomeçar. sabe dos meus tropeços a cada passo que dou. mas sei que você sabe da maior das minhas decisões: continuar. aprendi que a vida é isto mesmo. entre quedas e acertos a gente vai trilhando. graças a Deus, meu querido, isto tenho conseguido com uma determinação impressionante. hoje sei que posso ter orgulho de mim. nada mais consegue me abalar por muito tempo. ninguém consegue mais me atingir por muito tempo. sou mais eu. e eu me perco em você às vezes. tudo melhorou. estou viva então. o amor é mesmo isso. a tudo supera, a tudo sobrevive. agora sei o que quero. acredita? e nem é tanto você. eu não decido mais por quem grita mais alto. decido por mim. minha alegria é saber que todos que me amam esperavam este meu momento. não quero mais verbos no passado, quero verbos no presente. agora sei que até posso mudar de opinião. que uns ficam e outros vão. que não tenho defeitos nem qualidades... mas características. e o melhor: quem me ama sempre vai ficar! quem vai, um dia há de me amar. eu sei que você vive. distante, em algum lugar aqui pertinho. e a qualquer hora posso gritar. quem sabe você não vem. quem sabe eu nem queira mais que você venha no fim. estranho, eu achei que nunca fosse pensar assim. e até tem um cara novo aí, ele é legal. bobo, assim que nem você, mas legal. tá, talvez só você saiba ser assim tão bobo e legal ao mesmo tempo. mas o que se pode fazer? as pessoas fazem o que podem... e ele tenta me agradar como pode. tadinho. quase consigo me animar com essa história, mas me animar ou gostar de alguém lembra que estou me deixando enganar. de novo. eu achei que quando passasse o tempo, eu achei que quando eu finalmente me visse tão livre, tão forte e tão indiferente, eu achei que quando eu sentisse o fim, eu achei que passaria. não passa, mas quase passa todos os dias. bem, espero que você torça por mim como eu torço por você. ou não, porque eu tenho tentado torcer pra você ser feliz, mesmo longe de mim. embora não pareça, eu tenho medo que você volte a tempo de me recuperar pra você. tenho medo de sofrer tudo aquilo outra vez. ou você acha que foi fácil? porque eu sei, você vai voltar. mas como nas tantas histórias mal resolvidas por aí, não será a tempo de me ter de volta. já vi esse filme tantas vezes! pena, sinto por você. sinto por nós. talvez seja mesmo assim que tem que ser. ou talvez seja essa saudade de tudo que eu não vivi com você que dói mais. porque sentir saudade de alguém que a gente sabe que não vai mais ver é ruim demais. sinto isso todo dia. estranho, é como se você tivesse morrido... pior é constatar que sim, você morreu. em algum lugar de mim. sou contra o certo e o errado. gosto do subentendido. é, "eu te amo", que significa: "seja feliz da maneira que você escolher, meu sentimento permanecerá o mesmo". e não espere demais, eu não me esforçarei em te dar o que não possuo. o amor me faz pura, mas humana. só tenho amor, o sentimento mais rico que tenho. diferente das riquezas que você supõe que eu possuo. o resto é alma. mesmo ferida. amor é mesmo isto: a dialética entre a alegria do encontro e a dor da separação. mas como enobrece! experimente sentir um dia, se puder.
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"O que me prejudica é essa mania de dizer a verdade, quando deveria mentir.
E fingir que estou à vontade, quando na verdade machuca."

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